Hugo van der Ding

Locutor e criativo

Hugo van der Ding (n. 1982), nasceu no Convento de Santo Domingo em Asunción, Paraguai, onde a mãe tinha entrado como noviça por estar à espera de bebé de um homem casado de ascendência holandesa. Aos cinco anos, acompanhou a mãe como missionária à Índia. Estudou no Colégio de São João de Brito em Cochim, e foi depois secretário pessoal do bispo da mesma cidade, Joseph Kureethara. Nos jardins da diocese, apaixonou-se pela botânica e trabalhou como desenhador científico para a Universidade Estadual de Kerala. Fascinado com a presença portuguesa em Cochim, e com as figuras que por lá passaram — de Camões a Vasco da Gama, de São João de Brito a Afonso de Albuquerque — compra um bilhete de avião só de ida e aterra em Lisboa em 2010.

Depois de descobrir que todas estas figuras já tinham morrido havia vários séculos, entrega-se ao álcool e às corridas de cavalos. E foi precisamente nas corridas de cavalos que fez uma relativa fortuna que lhe permitiu comprar uma participação minoritária na Antena 3, razão pela qual assina a rubrica “Vamos Todos Morrer...” nas Manhãs da 3. Também escreve e desenha e é embaixador em Portugal da Xiomani, multinacional chinesa de falsificação de artigos de luxo. 

 

EN//

Hugo van der Ding (b. 1982) was born in the Convent of Santo Domingo in Asunción, Paraguay, where his mother had entered as a novice because she was expecting a child by a married man of Dutch descent. At the age of five, he accompanied his mother as a missionary to India. He studied at St. John de Britto’s School in Cochin, and later became the personal secretary to the city’s bishop, Joseph Kureethara. In the diocesan gardens, he fell in love with botany and worked as a scientific illustrator for Kerala State University. Fascinated by the Portuguese presence in Cochin and by the figures who had passed through there — from Camões to Vasco da Gama, from St. John de Britto to Afonso de Albuquerque — he bought a one-way plane ticket and landed in Lisbon in 2010.

After discovering that all those figures had died several centuries earlier, he gave himself over to alcohol and horse racing. And it was precisely at the horse races that he made a modest fortune, which allowed him to acquire a minority stake in Antena 3, the reason why he hosts the segment “We’re All Going to Die…” on Manhãs da 3. He also writes and draws, and is the ambassador in Portugal for Xiomani, a Chinese multinational specializing in counterfeiting luxury goods.

DEBATE - MORRER É BOM?

Uma conversa sobre a nossa relação com a morte em oposição a uma extensão para a vida. Será que faz sentido morrer? Ou devemos viver para sempre? Para a vida ter um sentido, este parece só existir pelo sentido de urgência que a finitude nos traz. O sentido de urgência do nosso fim, empurra-nos para a vida. Retirar a perspectiva do fim, prolongar a juventude eterna, prolongar a vida / extensão da vida – retira o sentido da vida. Será assim? Que nova condição humana é esta que vivemos? Estamos a entrar numa terceira geração, a que elimina o sofrimento, a morte, a doença, a falta de tempo. Em paralelo, vive-se uma hiper focagem na materialidade e no consumo. Se por um lado, a noção do tempo, e do nosso tempo enquanto estadia na terra é um conceito que se tornou abstrato e plausível de ser comprado, há uma distração e uma hipervalorização no material, que nos desequilibra.

Conversa com Nuno Morais Sarmento, Presidente da FLAD e Joana Seixas, Atriz. moderada por Hugo van der Ding, Locutor e Criativo.

//ENG

A conversation about our relationship with death in contrast to the extension of life. Does it make sense to die? Or should we live forever? For life to have meaning, it seems that meaning only exists because of the sense of urgency brought on by our finitude. The urgency of our end pushes us toward life. Removing the perspective of an end — prolonging eternal youth, extending life — takes away life’s meaning. Is that so? What is this new human condition we are living in? We are entering a third generation — one that seeks to eliminate suffering, death, disease, and lack of time. At the same time, we are experiencing a hyper-focus on materiality and consumption. On one hand, the notion of time — of our time on Earth — has become an abstract concept, seemingly purchasable. On the other, there is a distraction and an overvaluation of the material that throws us off balance.

A conversation with Nuno Morais Sarmento, President of FLAD, and Joana Seixas, Actress. Moderated by Hugo van der Ding, Broadcaster and Creative.