Carlos Fiolhais

Físico, Professor Universitário e Ensaísta

Licenciou-se em Física na Universidade de Coimbra - UC  (1978) e doutorou-se em Física Teórica na Universidade Goethe, Frankfurt (1982). 

É professor catedrático de Física da Universidade de Coimbra (jubilado). Foi professor convidado em universidades do Brasil e EUA. 

É autor de maia de 60 livros pedagógicos e de divulgação  científica  e de numerosos artigos científicos, pedagógicos e de divulgação. 

É autor português com o artigo científico mais citado. 

Ganhou os Prémios: José Mariano Gago da SPA (2018), Ciência Viva-Montepio (2017),  o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência  da SIC (2005), a Ordem do Infante D. Henrique (2005),  Inovação do Forum III Milénio (2006) e Rómulo de Carvalho da Universidade de Évora (2006). 

Foi  director da Biblioteca Geral da UC , da  área do Conhecimento da Fundação Francisco Manuel dos Santos, e  do Rómulo - Centro Ciência Viva da UC. Dirige a Ciência Aberta da Gradiva.

TALK | SUPREMACIA QUÂNTICA: O FUTURO VEM AÍ

Einstein disse: “Eu nunca penso no futuro. Ele não tarda a chegar.” Desde 1947, quando foi inventado o primeiro transístor, o mundo tem assistido a uma enorme revolução, que mudou por completo as nossas vidas. Surgiram os computadores pessoais, a Internet, os telemóveis, as redes sociais, etc. Mas ainda não vimos nada: agora que os transístores se aproximam do tamanho atómico, já surgiu um novo tipo de computação, dita quântica. Em vez de bits, que são zeros e uns, usam-se qubits, bits quânticos, que são combinações de zeros e uns. Trabalhando com estes, tudo fica mais rápido, extraordinariamente mais rápido. 

O futuro bate à porta nos laboratórios. Supremacia quântica significa a construção de computadores quânticos que resolvam problemas que nenhum computador convencional consiga resolver, por demorar demasiado tempo. Em 2019 a Google anunciou ter realizado a proeza, logo seguida por equipas chinesas nos anos seguintes: só com 53 qubits um computador quântico da Google concretizou uma tarefa em 200 segundos que levaria 10.000 anos num supercomputador. As maiores empresas informáticas estão a apostar nessa área. O mundo irá, portanto, continuar a mudar, designadamente com a aceleração dos progressos na inteligência artificial. Perigos também espreitam, como a decifração rápida dos códigos que usamos no dia-a-dia, mas a própria física quântica fornece alternativas. Contrariando Einstein, temos de pensar no futuro. E, como sempre, vão ser precisos líderes.